EUA identificam dispositivos ocultos em inversores solares e acendem alerta de segurança nacional
Autoridades dos Estados Unidos detectaram dispositivos de comunicação não registrados em inversores solares e baterias fabricados na China, provocando um novo alerta sobre a vulnerabilidade da infraestrutura energética do país. A descoberta, classificada como uma potencial ameaça à segurança nacional, reacende o debate sobre o uso de tecnologias estrangeiras em setores estratégicos.
De acordo com informações divulgadas pela agência Reuters, os dispositivos em questão — módulos de rádio e comunicação — foram encontrados embutidos em equipamentos utilizados para converter e armazenar energia solar. O detalhe alarmante: esses componentes não constavam nas especificações técnicas dos produtos e, portanto, escapavam à fiscalização regulatória tradicional.
A principal preocupação das agências de segurança dos EUA é que esses dispositivos ocultos possam permitir o acesso remoto aos sistemas elétricos, abrindo caminho para possíveis ações de espionagem, sabotagem ou até paralisações da rede elétrica em grande escala. Diante do cenário, o governo norte-americano estuda medidas legislativas para restringir, a partir de 2027, a importação de baterias e inversores provenientes de empresas chinesas, especialmente em áreas consideradas críticas para a segurança nacional.
A questão transcende as fronteiras dos EUA. Países como Reino Unido, Estônia e Lituânia também iniciaram investigações sobre o uso de tecnologia chinesa em suas redes de energia, refletindo uma crescente preocupação internacional com possíveis brechas de segurança cibernética.
O governo chinês negou qualquer irregularidade, classificando as suspeitas como infundadas e fruto de uma campanha de desconfiança contra sua indústria tecnológica. Ainda assim, o episódio deve acelerar iniciativas nos EUA para promover maior transparência na cadeia de suprimentos de tecnologia crítica, como a exigência de relatórios detalhados de software e hardware (os chamados “Software Bills of Materials”).
Enquanto o mundo caminha para uma matriz energética mais limpa e digitalizada, o episódio reforça a importância de que segurança e soberania tecnológica caminhem lado a lado. Para os EUA, a lição é clara: em um cenário de crescente tensão geopolítica, cada componente importa — e nem tudo que está dentro de uma caixa de inversor é, necessariamente, visível.
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